quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"escola náutica de Sagres, Lagos, Mosteiro Jerónimos, Torre de Belém"

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O Infante D. Henrique e o mito da Escola de Sagres

Fonte:

O Infante D. Henrique (1394-1460) toma ao seu cuidado a primeira fase da epopeia dos descobrimentos, ficando com um papel central na história do país.
O Infante D. Henrique é um dos principais responsáveis pelo início da epopeia dos descobrimentos.
É ele que incentiva as primeiras viagens à descoberta de novos territórios e é também do Algarve, onde viveu, que partem as expedições para a conquista de diversas praças no Norte de África.
É ele que torna o empreendimento das descobertas numa actividade com suporte da coroa e cria os fundamentos para a expansão do império.
Visionário, aventureiro, empreendedor. Tudo isto foi o quinto filho de João I e de Filipa de Lencastre. Com ele começou a grandiosa era dos Descobrimentos. Mas ao contrário do que se diz, as caravelas do infante não partiram de Sagres à conquista do mundo.
O desejo de expansão do comércio e do cristianismo conduziu o Infante D. Henrique ao sonho  aparentemente impossível de chegar a terras desconhecidas e misteriosas, de existência vaga em imprecisas informações. Depois da feliz expedição a Ceuta  em 1415,  projecto em que se envolvera com afinco,  mais confiante e determinado ficara na vontade em iniciar as empresas marítimas.
Por sua iniciativa, na primeira metade do século XV navegadores portugueses começaram a explorar a costa ocidental de África e a aventurarem-se nas águas “ferventes” do Atlântico, povoadas de monstros inimagináveis. As viagens eram arriscadas, os homens tinham medo, mas  o infante cognominado o Navegador, nunca pensou em desistir. Por 12 anos manda ao mar navios para descobrir o que estava além do Bojador e, em 1434, Gil Eanes consegue a façanha de dobrar o cabo. A partir daqui, a geografia do mundo mudou.
Para vencer correntes e marés,  investe em formação, conhecimento e experiência. Decide criar em terras do Algarve, uma escola. Porém, ao contrário do que se pensa e diz, não foi em Sagres que juntou os mais avançados especialistas em matéria de navegação. Na época, a fortaleza onde acabaria por morrer aos 66 anos, nem sequer existia: apenas as falésias escarpadas onde nenhum barco conseguiria atracar e o promontório de S. Vicente, conhecido na Antiguidade como Promontorium Sacrum. Tudo o resto era deserto. Ali, estava-se no extremo sudoeste da Europa, no fim do mundo.
Era muito perto, a cerca de vinte quilómetros, que ficava o local que considerou apropriado para tal empresa. A vila de Lagos, a povoação que foi capital do reino dos Algarves, tinha uma baía larga, ideal para navegar e, para além da sua proximidade com a costa de Marrocos, tinha gente habituada a pescarias difíceis em mar alto. Ali fundou uma escola náutica, onde cartógrafos, astrónomos e navegadores recrutados em diversos países, desenvolviam novas técnicas, desenhavam cartas náuticas e projectavam barcos mais velozes.
Escola e campanhas são pagas do seu bolso, grande parte era coberta com dinheiros e rendas que recebia da Ordem de Cristo, de que era governador. Porém, a partir de determinada altura, começa a arrecadar o «quinto», ou seja, vinte por cento das mercadorias que chegavam a Lagos, onde também teve lugar o primeiro mercado de escravos negros capturados em África.  A expansão começava então a ser um bom e lucrativo negócio.

Da vila de Lagos partiram as caravelas que nasceram do sonho de um homem místico, de ar austero, com as suas vestes negras e chapéu de abas largas, a acreditar que é ele que está representado nos painéis de Nuno Gonçalves. A era dos Descobrimentos, que tantos protagonistas teve, começou com D. Henrique, o infante que ficamos a conhecer melhor nesta visita guiada com o historiador João Paulo Oliveira e Costa.

Escola náutica de Sagres

Em 1418, o Infante D. Henrique, que foi duque de Viseu, administrador da Ordem de Cristo e governador do Algarve, fundou a Escola de Navegação em Sagres, ao Sul de Portugal. 
Ainda hoje existem os edifícios da Escola Náutica e a gigantesca rosa-dos-ventos no promontório de Sagres, a confirmar, irrefutavelmente que a Escola Náutica de Sagres existiu.
O Infante D. Henrique foi a figura portuguesa que mais influenciou os destinos da história gloriosa de Portugal.
A Escola de Navegação em Sagres tornou-se o Centro Científico do mundo do século XV.
Foi na Escola de Sagres que se estudou profundamente a navegação por meio da Astronomia (estrela Polar e o Cruzeiro do Sul), as correntes marítimas do Atlântico e os ventos dominantes ( no Norte ----- no sentido dos ponteiros do relógio; no Sul------ contra relógio) e se impulsionou ao mais alto nível a cartografia portuguesa.
O Infante D. Henrique era o investigador com um espírito global. Apesar de ser católico fervoroso, ele atraiu à sua Escola de Navegação sábios Judeus e Muçulmanos e pagava-lhes ordenados!
Foi a “barcha” de Gil Eanes que conseguiu dobrar o famoso cabo Bojador, e foram depois os “barinéis” e as “caravelas” os barcos preferidos por esses valentes homens do mar para resolver o problema geográfico da forma de África – incógnita de que dependia a execução e êxito do plano das Índias. 
Foram ainda estes homens saídos dessa escola que o mar criou, aqueles que conseguiram a resolução geográfica da forma do continente americano e do reconhecimento das costas descobertas e referidas da Austrália e porque representam um dever e, ao mesmo tempo uma reparação, aqui fica registado em letras que deviam ser de ouro, os nomes desses humildes e heróis navegadores de Portugal:  
João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira, Gonçalo Velho, Gonçalo de Sintra, Gil Gonçalves, André Dias, Álvaro de Castro, Fernão Vilarinho, Rodrigues Anes, Lançarote, Lopo Caldeira, Lopes d’Alvelos, Diogo Gonçalves, João Correia, Duarte de Holanda, Estêvão de Almeida, Diogo Machado,….

Servidores da casa do infante D. Henrique:

Gil Eanes (1433 e 1446), Afonso Gonçalves Baldaia (1436), Antão Gonçalves (1433 e 1446), Garcia Homem (1441), Estêvão Afonso (1444 e 1446), Rodrigo Álvares (1444), João Dias ( (1444), Diogo Gomes (1445 e 1446), João de Castilha ( 1446), Soeiro da Costa (1446 e 1462), Denis Dias ( 1446), Lourenço de Elvas (1446), Álvaro de Freitas (1446),  Álvaro Fernandes (1446), Dinis Fernandes(1446), João Fernandes (1446), Álvaro Gil (1446), Dinis Eanes da Grã (1446), Garcia Mendes (1446), Gomes Pires (1446), Nuno Tristão (1446), Martinho Vicente ( 1446), Cid de Sousa (1453), António da Nola (14448, 1455 e 1460),João de Santarém (1471) Diogo de Azambuja (1481), João de Moura (1481), Rui de Oliveira (1481), Diogo Rodrigues (1481), Pedro de Évora (1481), João Rodrigues Gaste (1481)? Diogo Cão (1482 e 1486), João Afonso de Aveiro ( 1486), Pedro Dias (1488 e 1489),  Bartolomeu Dias( 1487- 1500), Vasco da Gama ( 1469 - 1524) João Infante (1488 e 1489), Pedro Álvares Cabral ( 1467 -1520), (Gonçalo Coelho - (1451 - 1512); João Coelho ( 1487 -       ); Nicolau Coelho ( 1460 - 1504), ( Tristão da Cunha (1460 - 1540), João Corte Real ( 1420- 1496), Gaspar Corte Real (1450- 1501 ) , Miguel Corte Real ( 1452 - 1511), 

Pilotos séculos XV e XVI:
reinado D. Afonso V : 
Martim Vicente (1445), António Gonçalves (1445), João Fernandes (1446 a 1513), João Bernardes (1446), João Gonçalves Galego (1446), Gaspar Rodrigues Coelho (1447), Martins Fernandes (1471), Pero Escobar ou Escolar (1471, 1485 a 1500), Álvaro Esteves (1471).
reinado D. João II: 
Pero de Alenquer (1487 a 1497), Álvaro Martins (1488 e 1489), João de Santiago (1485 a 1489).
reinado D.Manuel I: 
João de Coimbra (1497), João de Solis (1506), Antão Gomes (1510), Álvaro Rodrigues (1510), Luís Botin (1511 e 1512), João Lopes de Carvalho (1511), Fernão Dias (1512), João Fernandes (1513), Manuel Álvares (1513), Domingos Fernandes (1513), João Dias (1515), Pedro Anes (1519).
reinado D. João III: 
Afonso Peres (1551), João Rebelo de Lima (1551), Diogo Garcia (1551), Francisco Gama (1554). 
promontório Sagres
museu da marinha Lisboa
mosteiro dos Jerónimos

Iluminura do encontro Vasco da  Gama com o Samorim na Índia
padrão das descobertas em Sagres
Panorâmica da antiga e original Escola Náutica de Sagres, de arquitectura típica [telhado e portas] da cidade de Viseu , do Norte de Portugal onde o Infante D. Henrique  foi duque de Viseu.
 O actual edifício da escola náutica de Sagres e relógio do Sol. Ver a mudança  que o  edifício sofreu. 

Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Monumento dos descobrimentos

O Mosteiro dos Jerónimos ou Mosteiro de Santa Maria de Belém é um mosteiro português  da Ordem se São Jerónimo construído no século XVI. Situa-se na freguesia de Belém, Lisboa. Tem, desde 2016, o estatuto de Panteão Nacional.
Ponto culminante da arquitectura manuelina, este mosteiro é o mais notável conjunto monástico português do seu tempo e uma das principais igrejas- salão da Europa. A sua construção iniciou-se, por iniciativa do rei D. Manuel I, no dealbar do século XVI e prolongou-se or uma centena de anos, tendo sido dirigida por um conjunto notável de arquitectos, mestres de obras (destaque-se o papel determinante de João Castilho.
O Mosteiro dos Jerónimos encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1907 e, em 1983, foi classificado como Património Mundial pela UNESCO, juntamente com a Torre de Belém. A  de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Estreitamente ligado à Casa Real Portuguesa e à epopeia dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos foi, desde muito cedo, "interiorizado como um símbolo da Nação".
É hoje uma das mais importantes atracções turísticas de Portugal.   

Torre de Belém, Lisboa, obra-prima do estilo manuelino, foi construída entre 1515 a 1521 na margem direita do rio Tejo sob o traço do arquitecto Francisco Arruda. Foi concebida como baluarte mas tem uma elegância sóbria. Há muito que deixou de ter a sua função de defesa da barra do Tejo e durante a dinastia filipina foi usada como masmorra. A torre tem quatro pisos, com a Sala do Governador, dos Reis, de Audiências e a Capela que mantêm as suas abóbadas quinhentistas. O pormenor que mais atrai os turistas é o rinoceronte esculpido em pedra. Em 1983 foi classificada pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade

A Ínclita Geração -

Nem tudo foi um mar de rosas:
Por Jano:
5 Junho, 1443 – Dia, mês e ano da morte do abandonado infante D. Fernando – O “Infante Santo”. Autor: João Dinis, Jano
O infante D. Fernando, 8º e último filho (legítimo) de D. João I, viveu 41 anos, dos quais seis em cativeiro, escravizado mesmo, pelos mouros depois do desastre militar (e humanitário) da frustrada tentativa da conquista de Tânger (1437) por um exército português sob comando de seu irmão, o Infante D. Henrique, mais tarde o “Navegador”.
A sua morte anunciada, aconteceu há 574 anos. Mas não deve ser esquecida…
Os últimos seis anos da vida sacrificada de D. Fernando – e subsequente processo até à sua beatificação em 1470 – constituem também uma série dos episódios em que mais foi reescrita e branqueada essa parte, de facto “negra”, da nossa História como País.
Depois do desastre da tentativa de conquista de Tânger, em que mais se empenhou o infante D. Henrique, D. Fernando ficou refém dos mouros como garante de que Portugal e o rei “cristão” português D. Duarte, irmão de D. Fernando, devolveriam Ceuta, cidade mourisca em posse (militar e económica) dos Portugueses expansionistas.
Quando se viu cercado e vencido junto a Tânger, para se safar da crítica situação, o exército português, comandado por D. Henrique, havia com isso mesmo concordado…
Ou seja, D. Fernando foi compelido a aceitar permanecer como garante do acordo na condição de refém dos mouros, enquanto o seu “comandante” e irmão D. Henrique foi “descansar” para Ceuta durante 8 meses até decidir regressar a Portugal. Esse “repouso” foi mais um expediente para fazer passar algum tempo após o desastre militar em Tânger de que fora o principal responsável enquanto instigador político, financiador e comandante militar. Acontece que, nessa altura, D. Henrique “apostava” fortemente na expansão militar pelo Norte de África…
Aliás, em 1438, nas Cortes de Leiria convocadas pelo rei D. Duarte, o resultado é inconclusivo entre o cumprir ou não cumprir o acordo feito o ano anterior com os mouros. Aí, os partidários de D. Henrique (que à data destas Cortes ainda “repousava” em Ceuta…), interessados na manutenção das expedições de conquista no Norte de África, boicotam, na prática, a troca do refém D. Fernando pela cidade de Ceuta. Foi aquilo que poderíamos hoje classificar como uma autêntica vergonha nacional, como um grave incumprimento do compromisso assumido para salvar as vidas dos componentes do exército Português derrotado em Tânger, mas também como abandono, por parte dos seus irmãos e outros dirigentes Portugueses, do infeliz D. Fernando a um cruel destino, ele que ficara como garante desse compromisso, como prisioneiro dos mouros em Arzila e em Fez.
Só mais tarde, já em 1439, o infante D. Pedro, também ele irmão de D. Fernando, e na altura Regente do Reino dada a menoridade do seu sobrinho, Afonso V, este o herdeiro de D. Duarte, só então D. Pedro ainda tenta efectuar a troca de Ceuta por D. Fernando. Porém, dá-se um estranho – até parece que foi feito “por encomenda”… – ataque de corsários à expedição portuguesa que se dirigia (por mar) a Marrocos para aí tratar do assunto. Nesse “oportuno” ataque dos corsários, é morto o embaixador português para isso nomeado por   D. Pedro… E o assunto “patina” de novo com o até aí paciente mouro, um tal mal-alcunhado de Lazaraque, a perder a paciência com tanta indefinição dos Portugueses…
D. Fernando é então praticamente supliciado em várias das prisões por onde passa, por vezes acompanhado por outros Portugueses também estes prisioneiros dos mouros. Acaba por morrer – após 6 anos de cativeiro – e o seu corpo é exposto (pendurado e nu) na muralha de Fez. Anos mais tarde, é suposto terem sido transladados para Portugal (estão no Mosteiro da Batalha) os “restos” dos seus restos mortais.
E assim se reviu a história e nos passaram a contar estórias…
Ainda estava ele vivo e prisioneiro, logo aí começou toda uma intensa e ardilosa campanha de branqueamento desta terrível história em que a chamada “ínclita geração” abandona um irmão (e outros Portugueses) à morte, arrastada durante anos, por não querer entregar uma cidade aos mouros – Ceuta.
Uma campanha de branqueamento da verdadeira história – uma história de fuga a compromissos “de sangue”, de traição e vergonha – montada pelos partidários, neste caso, do infante D. Henrique e por sectores do Clero. D. Henrique – o tal “Navegador” do início dos Descobrimentos – revela-se aqui afinal como sempre foi – um homem decidido, bom planificador mas também cruel e ambicioso. E pelo meio, também um “poltrão” que se “borrou todo” no desastre de Tânger em que comandava o exército português aí vencido pelos mouros…
O Clero encarrega-se de “inventar” várias estórias até beatificar D. Fernando e instituir o seu culto em 1470. Assim, “recicla” a mensagem ideológica do miserável abandono do Infante e transforma-a em alegada “santidade” do “mártir voluntário”, e cristão, D. Fernando, o “Beato Fernando de Portugal”…
Sectores dominantes da Nobreza fazem crer, e exaltam, que D. Fernando é que não quis ser ”trocado” por Ceuta…enquanto permanecem a “negociar” por essas paragens durante mais uns anos… Enfim, talvez que o infante D. Pedro tenha sido a maior das excepções a esta regra, que D. Afonso V (apesar de pias intenções…) não chegou a demonstrar a sua verdadeira posição porque quando chegou a rei de facto, seu tio D. Fernando, afinal, já estava morto…
Mais tarde,  Luís de Camões romantiza a coisa e eleva D. Fernando à categoria “lírica” de herói e santo enquanto “absolve” o miserável comportamento — que aliás noutros moldes e noutros casos se repete, por exemplo numa guerra civil fratricida – da tal “ínclita geração” dos filhos (mas também do neto e rei D. Afonso V) de D. João I e D.ª Filipa de Lencastre.
E assim se reviu e reescreveu a história e nos passaram a contar estórias…
Por ironia do destino, o desastre de Tânger contribuiu para o abandono posterior (mas a curto prazo) das conquistas militares pelo Norte de África e lançou para objectivo mais estratégico e mais apetecível a expansão via marítima que assim começa ao longo da costa atlântica africana. E aí surgiu, outra vez “empreendedor” e sempre atento às possibilidades de “negócio”, o Infante D. Henrique, o tal “Navegador” da nossa História. O mesmo que (em 1437) safou o canastro no desastre de Tânger…afinal à custa do sacrifício, por suplício e suprema humilhação, do irmão mais novo, o infante “santo” D. Fernando…António Lopes • há 3 meses

O Contraditório:

Por  António Lopes:

Mas, o rapaz, também não era flor que se cheirasse. Ele forçou a Bula Papal para as conquistas no Norte de África e chagou o juízo a D. Duarte, para a conseguir,  queixava-se que o pai o tinha deixado "teso". A campanha correu mal porque as terras conquistadas eram para ser para ele. Daí que muitos nobres não queriam ir já que não lhes calhava nada...Alguns houve que foram despojados dos títulos e das terras, por se recusarem a ir.
Disseram eles, e o tempo deu-lhes razão: "É melhor perder as terras e o título, que perder a vida".
O Infante D. Fernando  morreu lá, porque os nobres Portugueses se negaram a contribuir para o resgate! Houve as cortes em Almeirim, onde foi dito. "O Infante D. Fernando  é que ficava com os despojos e nós é que vamos pagar o resgate"..? ..
Escreve-se e fala-se muito sobre este assunto, "pagar e não bufar", é agora, com esta "coutada de coelhos" que povoa Portugal, como muito bem dizia o Dr.Magalhães Godinho. Antes, havia carácter para o bem e para mal, mas as pessoas assumiam as culpas. A entrega de Ceuta  foi hipótese,  falhou o resgate. E como tudo falhou... o Infante morreu..!
"Infante Santo" que a real Senhora que o p..iu. Era muito melhor que os filhos senhora de bom carácter. D. Pedro, que foi morto na Batalha de Alfarrubeira, na Vialonga, onde fazem a cerveja, por uma seta disparada às mãos do duque de Bragança. Sim  aquele era um verdadeiro " Príncipe dos Príncipes"!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

" património mundial português"


Página dedicada em exclusivo ao património erguido pelos Portugueses no mundo sem juízo de valores e sempre vinculados a factos históricos
fonte:


 
 

 
 
 
 
 
 
 




 fortaleza do Cacheu, Guiné Bissau

 interior fortaleza do Cacheu, Guiné Bissau

Forte  S. Tiago, Gana 
forte S. Tiago, Gana

 Baluarte do forte de S. Tiago, Gana

 forte S. Tiago, Gana


iluminura do forte S. Tiago, Gana
O forte de São Tiago, no Gana, actual  Fort Conraadsburg, foi construído em frente ao Castelo da Mina, do outro lado do rio em 1555. Foi  ocupado pelos Holandeses em 1637, juntamente com o Castelo de S. Jorge da Mina.


São João Baptista de Ajudá

A Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá ou simplesmente Ajudá, localiza-se na cidade de Uidá, na costa ocidental africana, actual República de Benim. As costas da Mina e a da Guiné foram percorridas por navegadores portugueses desde o século XV, que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos africanos. É desse período que data a ascensão do antigo reino de Daomé e a importância de sua capital, Abomei (ou Abomé).

Ao final do século XVIII, o Rei Dom Pedro II de Portugal (1667-1705) determinou ao Governador de São Tomé e Príncipe, Jacinto de Figueiredo e Abreu, erguer uma fortificação na povoação de Ouidah, para proteger os embarques de escravos (1680 ou 1681). Posteriormente abandonado em data incerta, foi sucedido entre 1721 e 1730 por uma nova estrutura, com as obras a cargo do comerciante brasileiro de escravos José de Torres. Sob a invocação de São João Baptista, a construção do forte de Ouidah (Ajudá) foi financiada por capitais levantados pelos comerciantes da capitania da Bahia, mediante a cobrança de um imposto sobre os escravos africanos desembarcados na cidade do Salvador. Concluído, funcionou como centro comercial para a região, trocando tabaco, búzios e aguardente brasileiros, e mais tarde, quando o esquema do tráfico se alterou, oferecendo produtos manufacturados europeus, contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios provenientes do Brasil. Em Janeiro de 1722 o pirata Bartolomeu Roberts ("Black Bart") penetrou no seu porto e capturou todas as onze embarcações ali fundeadas. No final do século XIX a costa ocidental africana foi ocupada pelos ingleses, que ali estabeleceram importantes entrepostos, que passaram a ser defendidos pelas guarnições das fortificações antes pertencentes a Portugal, entre as quais a de São João Baptista de Ajudá
 Casa forte e residência do pessoal de Ajudá, hoje museu.

Foi enclave português até 1961. Era muito pequeno com cerca de um quilómetro quadrado situado no interior do Dahomé e a umas 36 milhas (60 quilómetros) da Nigéria.
Foi outrora um ponto de comércio de marfim e fortaleza, datada do séc. XVII, quando se tornou um centro de comércio de escravos.
Em 1894 os franceses ocuparam o Dahomé, mas como Portugal mostrou interesse em se manter em Ajudá, os franceses concordaram. Depois de ter sido retirada a força militar unicamente existia um residente e um secretário, sendo uma dependência da colónia de S. Tomé e Príncipe.
O forte foi fundado pelo capitão da marinha mercante José Torres em 1721, estando dependente da Baía (Brasil), mas com a abolição da escravatura, a independência do Brasil em 1822 e a morte do último director, Xavier de Sousa em 1824, entrou em decadência. Foi o fim do período brasileiro. Desde Dezembro de 1885 até Dezembro de 1897, ao abrigo das disposições da conferência de Berlim, o litoral de Dahomé foi declarado protectorado português.
Por ordem do Ministro da Marinha, o governador de S. Tomé, José Maria Marques, nomeou em 1844 o segundo tenente de artilharia José Joaquim Libânio como comandante do forte. Este oficial acompanhado de um capelão e de uma força militar, desembarcou em Ajudá, iniciando uma ocupação militar que se manteve até 1912, ano em que o comandante, na época, alferes de infantaria Guilherme Spínola de Melo, embarcou com a força sob o seu comando, para S. Tomé. Como dissemos foi o tráfego de escravos que atraiu a Ajudá o comércio de nações estrangeiras. Quando ali nos estabelecemos já lá se encontravam os ingleses instalados no seu forte-feitoria.
Mais tarde apareceram os espanhóis (séc. XIX) que até então se limitavam a buscar provimento de escravos para as suas colónias nas Antilhas.
Como a Companhia do Cacheu e Cabo Verde abriu o comércio do Brasil aos produtos do Dahomé, Ajudá desenvolveu-se, mas quando o tráfico de escravos foi tornado ilícito, as outras nações abandonaram as suas feitorias.
Manteve-se no local unicamente um residente, e em 1946 foi criado o lugar de secretário. Em 31 de Julho de 1961, face ao ultimatum do governo de Dahomé o residente Capitão Saraiva Borges e seu secretário, Meneses Alves, incendiaram as instalações de Ajudá e foram retirados dos escombros pelas forças armadas de Dahomé. A anexação do enclave pelo Dahomé foi reconhecida em 1985.

Fortaleza  S .Jorge da Mina, Gana


Também designado por Castelo da Mina, Feitoria da Mina, e posteriormente por Fortaleza de São Jorge da Mina, Fortaleza da Mina, ou simplesmente ‘Mina’, localiza-se na actual cidade de Elmina, no Gana, no litoral da África Ocidental. Após a sua ocupação pelos Neerlandeses em 1637, o seu nome passou a figurar na cartografia apenas como Elmina. A feitoria portuguesa da Mina sucedeu, em importância militar e económica, à Feitoria de Arguim, de que se tem notícia já a funcionar em 1461 quando a sua capitania-mor foi concedida. Se a ilha de Arguim assinalava o limite da África islamizada, a Mina teve a função inicial de assegurar a soberania e o comércio de Portugal no Golfo da Guiné, constituindo-se no seu principal estabelecimento na costa africana, fonte da riqueza que alimentou a economia do país até se iniciar o ciclo da Índia, após 1498. Posteriormente, com o incremento do tráfico Atlântico de escravos, a fortificação readquiriu importância como entreposto onde os cativos eram mantidos a aguardar o seu transporte para o Novo Mundo. Considerada a mais antiga fortificação europeia ao Sul do deserto do Saara. Ainda em vida do Infante Dom Henrique (1394-1460), a exploração da costa africana principiou a render frutos.  

 fortaleza S. Jorge da Mina, Gana
 fortaleza S. Jorde da Mina, Gana
 fortaleza de S. Jorge da Mina, Gana
O estabelecimento da feitoria de S. Jorge da Mina, no Gana foi resolvido por D. João II em fins de 1481, sendo encarregado dessa assaz delicada missão Diogo de Azambuja. Partiu de Lisboa em Dezembro daquele ano, comandando uma frota constituída por dez caravelas e duas urcas. Naquelas seguiam quinhentos homens de armas e cem artífices. Nestas os materiais de construção, já aparelhados, os mantimentos e munições”.
“A frota fundeou a 12 de Janeiro de 1482 defronte ao lugar escolhido para assentamento da feitoria, próximo da Aldeia das Duas Partes, um pouco além da mina de ouro. A construção dos edifícios começou imediatamente e prosseguiu com rapidez. Por vezes os indígenas vinham perturbar o curso dos trabalhos.  Diogo de Azambuja, com prudência logrou levar a obra a bom termo rapidamente.”

Fonte:


Tenente-coronel João José de Sousa Cruz

Castelo de S. Jorge da Mina:

Esta fortaleza também conhecida por Castelo de São Jorge da Mina ou simplesmente Mina tomou a designação de Elmina quando tomada pelos holandeses.
Como Feitoria, sucedeu em importância militar e económica à Feitoria de Arguim que já funcionava em 1461 como capitania mor. 
Arguim assinalava o limite da África islamizada, e a Mina teve a função inicial de assegurar a soberania e o comércio de Portugal no Golfo da Guiné, fonte maior de riqueza do país até se iniciar o ciclo da Índia após 1498.
A povoação de S. Jorge da Mina recebeu carta de foral em 1486.
Na altura do tráfico de escravos no Atlântico, readquiriu importância como entreposto onde os cativos eram mantidos a aguardar transporte para a América.
Cristóvão Colon, o descobridor oficial das Caraíbas, [Salvador Fernandes Zarco], serviu neste forte como marinheiro sob comando português.
Sendo a mais antiga fortificação ao Sul do Saara foi declarada Património Mundial pela Unesco em 1979.
Desde 1637 quando o Castelo da Mina foi tomado pelos holandeses que Portugal nada tem a ver com este forte; e em 1873 passou o mesmo para as mãos dos ingleses.

Forte  Stº António de Axim - Gana

Também conhecido como Forte de Axém, localizava-se na cidade de Axim, no actual Gana, no litoral da África Ocidental. Foi erguida por forças portuguesas com a função de feitoria naquele trecho da Costa do Ouro Portuguesa. As informações a seu respeito são escassas, havendo registros de 1503 e, posteriormente, de 1515 a 1642, quando a região foi cedida aos neerlandeses, tornando-se parte da Costa do Ouro Holandes. 
 forte de S. António de Axim, Gana

  forte de S. António de Axim, Gana

  forte de S. António de Axim, Gana

  forte de S. António de Axim, Gana

 forte de S. António de Axim, Gana


monumento a Gago Coutinho no ilhéu das Rolas, S. Tomé, passagem do Equador

 O castelode Cassano em Oman

O castelo de Cassapo (Khasab) é uma fortificação Portuguesa, situado na península de Musadam , no Sultanato de Oman.
Foi construído por Rui Freire de Andrade em 1623, depois da queda de Ormuz(1622).


É quadrangular com quatro torreões nos cantos e era praticamente inacessível do lado de terra. Sofreu ao longo dos tempos algumas alterações: por exemplo foi construída uma torre redonda junto de um torreão.
Os Portugueses perderam o forte cerca de 1650.
Foi reparado à pouco tempo mas mantém a sua estrutura inicial e é agora um museu.



Camarão - Iémen.

Localização do forte Português.
Duarte Barbosa, em 1518, diz que Lopo Soares de Albergaria, em 1517 depois de bombardear Jedah. encontrou aqui um forte dos "rumes" e arrasou-o.




influência portuguesa na cultura do Japão
Em 1543, os Portugueses chegaram à ilha de Tanegashima, sendo os primeiros europeus a estabelecerem contacto com o Japão. Durante o século XVI foi grande a influência portuguesa no país. Os japoneses, curiosos e ávidos de conhecimento, no contacto com os portugueses, ganharam uma noção correcta da configuração do planeta, dos seus continentes, povos e oceanos. Passaram a ter contacto com diversos produtos e técnicas que até então desconheciam; enriqueceram a sua dieta alimentar; melhoraram as técnicas metalúrgicas, de construção naval e meios de navegação; deixaram-se seduzir pelas roupas e armaduras ocidentais; aprenderam novas línguas, como o português e o latim; adquiriram novas noções estéticas e diferentes estilos artísticos, a pintura a óleo, a matemática, a geografia, a engenharia, e  música; passaram a conhecer e a usar o relógio, o vidro, os espelhos e a lã; experimentaram um novo tipo de farmacêutica e medicina; conheceram um novo estilo urbanístico e importaram invenções revolucionárias como a espingarda, e com ela o uso da pólvora, e os óculos. 
ALGUMAS PALAVRAS JAPONESAS DE ORIGEM PORTUGUESA Bateren (padre) Battera (bateira) Bidoro (vidro) Birodo (veludo) Botan (botão) Buranco (balanço) Joro (jarro) Juban (gibão) Karuta (carta) Kappa (capa) Konpeito (confeito) Kirisutan (cristão) Oranda (Holanda) Orugan (Orgão) Pan (pão) Shabon (sabão) Tabako (tabaco) Tempura (tempero ou têmpuras).